Olha, com muitíssima sinceridade, eu gastei muito tempo da minha vida preciosíssima achando que pra "ser alguém" eu deveria prestar vestibular, passar em uma faculdade pública, tirar notas excelentes e ter um doutorado antes dos trinta. Se você não quer perder seu tempo também, leia até o fim antes de iniciar uma faculdade.
Sempre gostei de estudar, fui uma criança bem nerd, do tipo que só tira 9,5 ou 10 e que estava sempre disputando o primeiro lugar da turma. No ensino médio não foi diferente, vivia com um livro na mão e outro na mochila pro caso do primeiro acabar; prestei vestibulinho, passei e fiz técnico na federal, com direito a iniciação científica na área de tecnologia.
Conclui o terceiro com 17 anos e dali fui direto para a faculdade, passei na FATEC para análise e desenvolvimento de sistemas e se tudo desse certo terminaria o curso em três anos e com 20 anos já teria meu primeiro diploma de ensino superior. Não deu.
Tudo estava até que indo bem (não muito, mas estava) enquanto eu só estudava, mas no terceiro semestre mais ou menos, veio o estágio obrigatório e tipo... não tinha como, sabe? Eu acordava às 5h pra ir trabalhar em São Paulo, morando em Guarulhos, saia do trabalho às 15h para ir para Mogi das Cruzes onde eu estudava, saia da faculdade às 22h30, para pegar o último ônibus que passava por Gru e saia da rodoviária às 23h15 (se não se atrasasse, o que sempre acontecia) e então ele passava por sete cidades até chegar na minha ás 1h15, onde a minha mãe ia me buscar de carro porque já não tinha mais ônibus pra casa.
Lembro que ela sempre levava algo pra eu comer no carro, porque eu chegava com fome, mas o sono era tanto que muitas vezes eu nem comia. Até tomar banho e deitar já eram 2h, então eu tinha 3h de sono conturbado e tudo começava de novo. Lógico, ninguém aguenta isso por muito tempo, é loucura.
Só que eu não podia me mudar de cidade, eu não encontrava um emprego perto da faculdade, não tinha muito o que fazer. Não deu certo. As notas começaram a cair e as reprovações vieram. Assim como os problemas de saúde e os psicológicos também. Essa parte merece um post só pra ela, porque foram muitas consequências. E depois de gastar dois anos e meio ali, faltando um semestre para o que deveria ser o final do curso. Eu tranquei a faculdade.
Consegui me transferir de instituição para estudar a mesma coisa, na Federal de Guarulhos, onde fiz o técnico na época do ensino médio, mas o prazer já não existia mais e minha grade havia mudado muito. Se faltava 6 meses pra eu ter meu diploma antes, agora faltava um ano e meio. Desanimada, achei que o problema era o curso. Não era.
Ainda sem saber o que fazer direito, fui lá prestar vestibular de novo para fazer Logística (que não tinha nada a ver com nada que eu já havia feito, mas que tem muitas oportunidades de trabalho na cidade). Passei, mais uma vez, agora na FATEC de Guarulhos. Mas ainda trabalhando em São Paulo.
E é aquilo né, meus queridos. Trânsito, estresse, trabalho, estresse, horário de pico, dificuldade, mais trânsito, transporte público péssimo, dor de cabeça ... a última coisa que eu queria no dia era ir pra aula ouvir professor chato contar da vida dele e esquecer a matéria. Mas eu dei tudo! E veio a pandemia 💩
E aí entre 2019 e 2020 os anos mais loucos das nossas vidas, eu resolvi deixar o preconceito de lado e partir para a faculdade particular EAD. Porque eu não ligava pra mais nada e só queria a porcaria do diploma, verdade seja dita.
Mas olha que curioso. Analisei todas as instituições que ofereciam ensino à distância e escolhi a Estácio. Comecei a estudar de casa e meu gosto pelos estudos ressurgiu das profundezas do desespero. Estudo a matéria que eu escolher, no dia que eu quiser, a hora que der, sem me estressar. Tenho praticamente um mês para fazer simulados e provas, o que elimina até mesmo a ideia de ter que fazer um exame num dia ruim. Não tem que ouvir professores falando sobre a vida deles, não tem que ir pra aula cansada, não tem que se preocupar por estar voltando pra casa tarde da noite porque o campus fica numa rua deserta, cheia de mato onde só passam três tipos de pessoas: alunos, bandidos e sequestradores.
Sabe, no final das contas eu penso, que já que eu não sabia o que queria da vida, se eu pelo menos tivesse iniciado o EAD antes, eu teria economizado muito dinheiro e muita saúde, além de tempo ... muito tempo. Mas ninguém me falou sobre isso antes, então talvez você me agradeça por estar te contando agora.
Fica minha sugestão para você: poder adequar os estudos a sua rotina, fazer sua faculdade 100% EAD ou híbrida, estudar pelo app sem consumir dados e, claro, ter seu diploma sem precisar perder os cabelos.
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