Trabalhar fora nunca tinha sido um problema pra mim, até chegar 2020, com todo aquele caos que nos obrigou a entrar no modo isolamento e forçou as empresas a aderirem ao home office.
Apesar de trabalhar com computador desde sempre, nunca nos lugares que trabalhei tive a oportunidade de fazê-lo de casa pra valer, até que chegou a pandemia e entre idas e vindas, dei conta das demandas de casa por uns sete meses.
Nesse meio tempo eu percebi que era bom: eu podia dormir mais, tomar café tranquila, dava até pra fazer um exercício antes de tomar banho e iniciar o trabalho. O almoço era sempre fresquinho e concluindo minha demanda eu podia até assistir uma série, ou fazer qualquer outra coisa. No fim do expediente eu fechava o notebook e voilà! Nada de trânsito, eu já estava em casa. Fazia alguma coisa por mim, depois me preparava para assistir a aula que naquela época também estava sendo online e aí, banho e cama. Dever cumprido com sucesso e uma paz imensa no coração, um total de zero estresse.
Daí, as coisas foram voltando ao normal e meu dia ficou assim: acordar cedo, fazer café correndo, enfiar a roupa suja na máquina pra lavar e pro meu marido estender quando ele chegasse, pegar um ônibus lotado, andar mais vinte minutos até o trabalho, chegar suada, passar o dia debaixo do ar-condicionado gelado, almoçar comida requentada, trabalhar mais sendo interrompida toda hora e andar mais vinte minutos pra voltar pra casa exausta no fim do dia, ainda pegar outro ônibus cheio e enfrentar um baita trânsito, para chegar em casa e fazer a janta/marmita, tomar banho e cair na cama morta.
E aí meus fins de semana se resumiam em: ir a feira, ir ao mercado, fazer faxina em casa, ir à igreja e comer alguma coisa bem gordurosa pra compensar na minha cabeça os xabús da semana. Parabéns! Saúde física e mental nota 2.
Depois de pesar todas essas coisas e conversar com meu marido (porque um casal inteligente e saudável toma decisões juntos, né amigas), eu já estava me preparando para pedir as contas, mas graças a Deus eu fui mandada embora em fevereiro! 🙏, sai e sai com todos os direitos garantidos. O que foi ótimo, mas nem sempre acontece. Por isso é muito importante pesar cada benefício/prejuízo, porque tem coisas que dinheiro não paga e daí recebendo ou não é melhor dar o fora.
No CLT eu perdia 3h do meu dia só com trânsito, mais 9h no trabalho. Chegava em casa era mais 1h fazendo marmita, arrumando roupa pro dia seguinte, ou seja, eu vivia mais da metade do meu dia em função de uma empresa que nem me valorizava. Isso não tem como ser bom.
Se a empresa te paga x pra fazer o que você faz, pode ter certeza que seu trabalho rende para ela um lucro ou economia de xyz. Logo, se eu posso dar dinheiro pra uma empresa, eu posso dar mais dinheiro para mim. Certo?
Some a esse fato: liberdade geográfica, mais tempo livre e de qualidade com a família, saúde física e mental em dia, entre muitos outros benefícios que só o home office pode te proporcionar. É por isso que eu dei adeus ao CLT e abracei o freelancer.
Sou designer e minha especialidade é design para mídias sociais. Não falta trabalho na internet, entende? Aqui tem espaço suficiente pra todo mundo crescer e crescer bem. A escolha na verdade nem é tão difícil.
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